17 de ago. de 2008

O que eu vejo? O que você vê?



Não tenho o que dizer, não tenho o que fazer. Nunca soube como dizer o que sinto, nunca soube como sentir o que digo. Espero que você me entenda, mas você sempre me entende. Mesmo quando não sou claro. Mesmo quando não tem como entender o que digo. Porque eu não me entendo... Eu me confundo tanto, me contradigo e não te digo. Eu sinto sua falta, mas sua presença me incomoda. E tem sempre uma garrafa, um comprimido, umas pessoas. Eu não sei quem são essas pessoas, mas eu estou sempre lá. Eu não sei como chegar lá e eu não sei como sair daqui, mas estou sempre entre. Entre suas pernas, entre seus lábios, nas suas palavras... Eu não sei como cheguei lá, não sei como saí daqui.
Essas grades deveriam ser mais resistentes. Essa janela deveria ser mais alta. Foi sensato quando disse que uma casa seria mais segura que um apartamento. Alturas tentam. Pernas tremem. E minha cabeça dói, como doem meus olhos, minhas mãos e eu não sei. Como nunca soube o que dizer. Nunca soube como dizer, e eu tenho tanto pra contar... Mas minhas histórias te enchem o saco. Minhas histórias deveriam estar em vermelho, em branco. Minhas histórias não deveriam ter tantas cicatrizes. E você conta cada uma delas, você fez algumas delas. Minhas marcas não te marcam porque você não as vê no espelho. Você não precisa conviver com isso. Você não precisa ver o que eu vejo, minha cabeça não se abre pra você. Minha alma não tem cor nos seus sonhos. E eu quase não sonho... A realidade é tão difícil, como é difícil saber quando é real. Eu nunca tenho certeza.
Eu nunca tenho certeza, mas eu tento. Eu erro tanto, tanto... E tudo o que eu faço, tudo o que eu digo, você deveria saber que é mentira. Você me conhece, deveria conhecer minhas mentiras. Mas eu não minto pra você... E você sabe. O que eu te digo é verdade, porque é pra você. Eu não sei em quem acreditar. E esse medo de ter feito... Esse arrependimento de não ter feito... Tenho medo de você descobrir o que nem eu sei, de você me odiar. Você deveria me amar tanto! Onde foi que erramos? Onde foi que errei? Mas você não entende nada do que eu digo. E eu me contradigo tanto! Não ouça o que eu digo, não veja o que eu faço. Não sinta o que eu sinto, só fique comigo essa noite... Não fuja, você é tão importante pra mim! Mas você não fugiu, você não saiu escondido. Você nunca esteve aqui. Você nunca esteve verdadeiramente aqui, como eu também não.
Vamos sair, vamos beber, vamos dançar. Me faça esquecer! Amanhã pensaremos, amanhã seremos quem você quiser, mas hoje eu não posso pensar... Hoje eu não posso sentir, vamos? Me leve pela mão e me empurre na escada. Eu nunca pedi muito de você, mas você só me ofereceu o que eu não queria... E você queria tanto. Tanto de mim, tanto de você. Você não quis acreditar, eu não quis te convencer. As coisas são mais fáceis se não são explicadas. Se não são explicáveis. Vamos, me tire daqui. Leve-me pela mão e me guie, seu caminho deve ser mais agradável que o meu. Qualquer caminho deve ser mais agradável, se não for o meu.
Ora, vamos, me tire daqui...

3 comentários:

Melanef disse...

Peço licença para adicionar o seu blog como favorito do meu quando o meu voltar ao ar. Obrigado, e parabéns por escrever desta forma.

Brescia Magalhães disse...

ora, ora... Thomas Schimidt... q suas oscilações sejam sempre... intermitentes!
e minha respiração também!!!

Bruna disse...

eu que acho um absurdo vc invejar aquilo, quando se tem isso aqui!
ó garoto, eu sempre fico sem palavras quando leio esse blog!
e não inveje o amor! ele só nos maltrata! queria eu ser um pouquinho mais egoísta, e nao dá trela pro amor.