23 de abr. de 2008

Cefaléia Desvairada


À dor de cabeça!
Ardor de cabeças.
E não quero que você entenda,
Só me escute, me escreva, me leia.
Leve-me pelos seus caminhos
E me faça perguntas
Não responda às minhas.
Apenas me ofereça seu silêncio
Seu confortante silêncio.
Não se sinta como...
...como o quê?
Sinta-se assim.
Assim como eu o sinto.
Chame-me pelo seu nome
E me renomeie sempre
Volte pra mim
Mesmo antes de me deixar
E me cerque de você
Como se não houvesse mais espaço
No mundo.
Mudo.
Mudo em inconstâcias.
Como quando não te quis
Como quando não te quero mais.

Queria a estabilidade de um círculo
E ser linear
Sem ondas
Sem linhas ondulantes

À instabilidade das linhas ondulantes!

Mas mudo tanto...
Mudo de casa, de roupa, de cara, de opinião
Mudo.
Sem sequer um som, eu mudo.

Aspiro às aspirações mundanas
E às expiações
E aspiro a uma aspiração...
Que me inspire
Mas mudo tanto.

À dor de cabeça!

Ah, dor de cabeça...
Que roda, roda, roda, roda...
Em círculos imperfeitos
Ovais.
Instáveis.
Estava tão bem
Estava tão bem...
Naquela época
Naquele dia
Naquela hora
Quando eu não lembro
Quando tudo é flash
À escuridão dos lapsos!
Ao silêncio dos passos na escada
Às escadas dos passos vacilantes
Trôpego!
Como quem atravessa a rua com passos bêbados
Como quem sobe a construção como máquina
Máquina que escreve
Máquina que sente, ri e chora.
Choro choras choramos
A DOR DE CABEÇA!

2 comentários:

Ana Lívia disse...

Pensar dói!
Pensar me perturba!
Fico louca todo dia quando acordo.
Pensar me dá espasmos cerebrais.

...
Quero parar com isso!
quero...

Anônimo disse...

qualquer alusão a musica de chico buarque valoriza a escrita! aauhauhauahau
vamo não-existir, meu amor!
a receita é: apatia e indeferença. Todos os dias de nossa vida. Só assim.

tinhamo.

;*