19 de out. de 2008
Pense bem, mas nem tanto.
O problema é conviver com isso... esse desespero que é de nada, essa ansiedade que é de coisa nenhuma. E um medo. Um medo do que vai acontecer, um medo do que pode acontecer. Um medo de sentir medo. E tudo gera uma angústia, uma agonia. Uma agonia que é de viver.
Como uma prisão, um prisma. Muitos corredores, muitas portas, muita gente. E tudo leva ao mesmo lugar. Nada tem graça. Nada dá vontade. E o tesão vai acabando, e o ânimo vai acabando, e um sentimento de solidão que aumenta. Como se você andasse na rua e todo mundo virasse a cara. Como se você não tivesse amigos no recreio. Como se seu pai, sua mãe, seu melhor amigo, sua namorada, seus vizinhos, seus colegas. Como se ninguém gostasse de você. E você sabe que não é assim, que é uma visão distorcida do mundo. Que é uma visão distorcida de você mesmo. Na verdade é você quem não gosta de você, daí o mundo fica cada vez mais estranho. As prioridades perdem a prioridade, as vontades ficam pra depois, o fogo vai se apagando... e só fica essa fumaça preta, que te sufoca.
Quando você não gosta de alguém, o que faz? Afasta-se. Aos poucos ou num golpe, você se afasta. Você evita quem te faz mal. Mas e quando é você quem te faz mal? Quando você não gosta de você mesmo, se afasta? Dar um tempo, tirar umas férias, sair do ar... Você está sempre ali por perto, sempre falando, falando, falando... E você não concorda com o que faz, mas faz. E não sabe o porquê. Haverá um porquê nisso tudo?
Quantos suicídios uma pessoa pode cometer? Quantas mortes? Você pode morrer o tempo todo, a cada minuto. E de nada adianta. Você pode morrer em todos os capítulos, e de nada adianta. A vida ta aí pra ser vivida, agüentada, levada... A vida ta aí. Quer você queira, quer não. As coisas não são fáceis, as coisas não são boas. Tudo tem fases, etapas, momentos. Mas quantas fases são necessárias pra uma vida? É melhor não pensar. Pensar pode doer mais que navalha. Nazarian é que tava certo, isso não é diversão. Não é pra você se divertir.
Qual a graça?
Você nasceu assim, você cresceu assim, mas você não é Gabriela. Não precisa ser sempre assim. Você só tem que aprender a mudar. Você só tem que querer mudar. O mundo muda quando você muda. E tudo fica mais suportável.
Isso de fazer escolhas, é inadiável. É inevitável.
Então vá, faça suas escolhas. Aproveita enquanto ainda vê alguma graça nessa merda toda.
Eu vou tomar umas aspirinas e ouvir Piaf.
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Um comentário:
Cara. Não sei quem é você. Mas fico alarmado por ver que as pessoas não opinam sobre seus textos quando para mim parece um crime sair de seu blog sem deixar algo. Não que eu tenha estado aqui muitas vezes, é a primeira, à propósito. Mas quem é você que tão bem escreve? O que faz? O que pensa da vida? Não tenho palavras para acompanhar as palavras tão bem juntas colocadas em cada um de seus posts. Parabéns.
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