31 de mar. de 2008
Segunda-feira pneumática numa vida de ansiedades...
Moço, ta chegando? E agora, ta chegando? Quando estiver chegando você me avisa? Não esquece de me avisar, hein, moço!
...
Moço você esqueceu?!
Ah, ta, eu espero...
Mas não esquece de me avisar!
Moço, é que eu não conheço esse caminho, então me avisa mesmo, ta?
Moço! Hei, moço! Ainda demora muito? Ta chegando?
...
Aiai... (suspiro) Será que ainda demora muito?!
Moço, já passou, não?
Então ta chegando?
Chegou? É aqui?
...
Moço, eu acho que não é aqui!
Eu não lembro de ver aquela árvore!
Você tem CERTEZA que é aqui?
Eu acho que é na próxima.
Vou descer na próxima, ta, moço?
Na próxima, por favor!
...
Putz! Desci no lugar errado, era na outra mesmo.
Drogas, agora vou ter andar até lá...
23 de mar. de 2008
"Um pequeno retorno" ou "A outra volta do círculo".
Enquanto eu estiver aqui, ninguém vai lhe fazer mal... Enquanto eu estiver aqui. E eu sempre estarei aqui. Correndo, morrendo, sorrindo... Aqui. Todos os dias. Vamos passar as tardes da eternidade a fazer meias. E a contar histórias e anedotas. Vamos correr, vamos morrer, vamos sorrir. Vamos passar as tardes da eternidade a sorrir. E quando estiver mais triste, mas triste de não ter jeito... Lá não conheço ninguém. De nada adiantará. Talvez um café forte, um tabaco lento e um blues amargo. Talvez. Talvez qualquer coisa que entorpeça. Com tanto sentimento, deve ter algum que sirva. Anfetaminas para rapazes, crucifixos para moças. E vice-versa. Crucifixos nos rapazes, anfetaminas nas moças. Ladies and gentlemans. Matar e fazer tortas, deve haver felicidade nisso. No fosso dos jacarés, na vala das ariranhas, nos buracos de esgoto. Mais uma vez abraçar pilastras e beijar dementadores. Também deve haver felicidade nisso. Hóstias, batinas e altares. Adoremo-nos então! A chama não se apaga mesmo... A não ser que o vento esteja forte. A não ser que o vento venha daquele lado... A tempestade que chega é da cor dos seus olhos
castanhos. Mas não me diga isso... É só hoje e isso passará. Killer. Eu não lamento nada, mais ne me quittes pas. Passo por cima de muito mais por muito menos. Passo por cima de quase tudo por quase nada. E de você sei quase nada... Sei que se chama como eu o chamo, e que anda por aí. Sei também que não segue os meus passos, mas eu imagino. É tolice, eu sei, mas eu imagino. E quando minto pra você, me sinto enganado. Mas não posso segurar as mentiras que pulam da minha boca. Talvez mitomania, talvez cara-de-pau. Ou talvez, cúmulo dos cúmulos, um mitômano cara-de-pau. Ou talvez apenas um rapazote iludido. À espera de um milagre. À espera de um grande milagre..
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