23 de set. de 2009
É preciso vigiar sempre. Não cair na rotina, não se entregar à loucura, não desistir. É preciso vigiar o tempo inteiro, pois as tentações são grandes. A cama é macia, o cobertor é quente, a televisão ajuda a abstrair. É preciso não baixar a guarda, para não se entregar ao ostracismo perigoso da inércia. É preciso agir! Agir! Como se houvesse amanhã, como se o futuro nos esperasse. Não importa para onde, não importa o porquê, é preciso apenas se movimentar, manter o cérebro e as mãos ocupados. Parar é perigoso, você pode pensar neste momento. Pensar é perigoso, você pode parar neste momento.
Mecanicamente é preciso viver, trabalhando, estudando, saindo, bebendo, sem nunca se aprofundar. Superficialmente é mais fácil agüentar. Sem metafísicas, sem existencialismos, sem filosofias. Sem consciência sócio ambiental é mais fácil agüentar. Torcer o nariz para a miséria, ignorar a falta de sentido da vida, esquecer que vamos morrer. Imaginar o tempo como um agora, não como um antes ou depois. Viver pelo já. O amanhã a deus pertence, e ele não divide. Vestir o que se tem à mão, comer o que se tem à boca, ir onde se tem à frente. É preciso não pensar em nada que não seja fútil e superficial. Desviar da lama que puxa para baixo, para o profundo dos questionamentos humanos. Deixe a filosofia para os filósofos, viva como bom cidadão.
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